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ARIOVALDO IZAC

Adeus a Lauro de Moraes, uma história ligada à Ponte Preta

Lauro de Moraes soube usar sua influência política e também escolheu a dedo seus diretores de futebol da Ponte Preta.

Quando assumiu a presidência pela 1ª vez, em 1976, soube fazer uso de sua influência política para convencer a CBF à abertura de vaga no Brasileirão.

Série C - 2025
Lauro Moraes: seriedade com a gestão da Ponte Preta

Campinas, SP, 14 (AFI) – Registro da morte do ex-presidente da Ponte Preta, Lauro de Moraes, na manhã deste sábado, aos 89 anos de idade, não pode ser simplificado aos cargos ocupados no clube e os devidos períodos.

Lauro de Moraes estava internado em hospital de Campinas há semanas, e o óbito já era esperado.

A trajetória na Ponte Preta foi iniciada na presidência do Conselho Deliberativo, na década de 60 do século ado,

Quando assumiu a presidência do clube pela primeira vez, em 1976, soube fazer uso de sua influência política para convencer a CBF à abertura de vaga no Brasileirão.

Na época, Lauro de Moraes era um influente filiado ao partido político denominado Arena – ligado ao então governo federal -, em período do bipartidarismo com o MDB.

DIRETORES DE FUTEBOL

Bem relacionado no seio pontepretano, ele soube escolher a dedos os homens para comando do Departamento de Futebol como Peri Chaib, Armando Martins de Oliveira, Geraldo Camargo – o Camarguinho – e Luiz Campanhone.

Na primeira das três gestões, levou o clube às finais do Paulistão em 1977 e 1979.

No desligamento, logo em seguida o saudoso Édson Ággio assumiu a presidência, mas Lauro retornou no biênio 1982/83.

Na ocasião, um fato polêmico ganhou repercussão quando puniu severamente o centroavante Toninho Catarina – ex-Palmeiras – pelo fato dele ter cortado um galão de água do clube, sem prévia autorização, para uso particular.

A última agem de Lauro de Moraes na presidência deu-se no quadriênio a partir de 1988.

BOICOTE AO PAULISTÃO

Ao reassumir o cargo, conseguiu amparo judicial para que a Ponte Preta – então rebaixada à segunda divisão do paulista no ano anterior – voltasse à elite, mas a FPF e clubes fizeram um pacto para boicotá-la em seus jogos na competição de 1988, sem comparecimento.

Quando os jogadores da Ponte Preta entravam em campo, davam o pontapé inicial, os árbitros encerravam as partidas, com consequente vitórias por WO.

Detalhe: Ponte Preta e Bandeirante de Birigui haviam sido rebaixados em 1987.

O Corinthians – do saudoso presidente Vicente Matheus – discordou do boicote e a enfrentou no Estádio do Canindé, no empate sem gols.

Ano seguinte – 1989 -, com campanha irreparável na segunda divisão e gols decisivos do centroavante Monga, a Ponte Preta retornou com méritos ao Paulistão.

DESLIGAMENTO

E como Lauro de Moraes entendeu que a sua missão como presidente da Ponte Preta estava cumprida, desligou-se definitivamente da diretoria do clube em 1991.

Aí, dedicação exclusiva aos seus negócios, e aquele que mais o identificava era istrar o estabelecimento comercial de calçados denominado Casa Lord, a loja fidalga da cidade, na Rua Regente Feijó, próxima à Igreja Catedral, onde me confidenciou ter perdido a visão de um olho.

Ele foi o primeiro proprietário da Rádio Central de Campinas, inaugurada em 1981.

Também possuía diversos imóveis na cidade.

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